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As mulheres no movimento estudantil


O movimento estudantil é um grande agente de mudança e influência social, merecendo destaque atualmente diante da conjuntura do governo vigente, com PEC’S, MP’S e tantos projetos de lei que desvalorizam a educação, como a Medida Provisória do Ensino Médio n. 746 set/2016; Proposta de Emenda Constitucional 241/2016; Projeto de Lei 193/2016 Escola Sem Partido; Projeto de Lei 2371/2015 que veda a discussão de gênero nas escolas.

A união tem sido mantida por visões diferentes, mas com um fim comum: lutar pelos direitos conquistados pelos estudantes de gerações anteriores.

Todavia, o ME ainda é submetido a uma carência de presença feminina e sobreposição masculina. As mulheres são maioria nas escolas e faculdades, mas representam uma porção minoritária na esfera política, na esfera de decisões e de liderança. Para se ter uma ideia, das 50 gestões (2014) que a União Nacional dos Estudantes teve, em apenas 5 delas o cargo máximo da entidade foi ocupado por uma mulher.

O Brasil tem uma das taxas mais baixas do mundo de presença de mulheres do Congresso Nacional. Dados divulgados pela União Inter-Parlamentar indicam que de um total de 190 países, o Brasil ocupa apenas a 116ª posição no ranking de representação feminina no Legislativo, com 9% na Câmara e 13% no Senado.

É como se os homens fossem os únicos responsáveis pelo ativismo e mudança social, o que não é verdade. Esse caráter de invisibilidade feminina no movimento estudantil e na própria política é estruturado a partir de uma já conhecida hierarquia patriarcal, que ensina as meninas a permanecerem caladas e deixarem os homens tomarem a frente.

“A ênfase prestada pela mídia escrita em foco continua sendo no ativismo dos homens, como se eles fossem os principais responsáveis pela influência social e pela transformação da sociedade.” (Bruna da Silva Osório)

Deve-se acabar com o machismo e a exclusão feminina do movimento estudantil, porém, a inclusão das mulheres nesse movimento não é fácil, já que até pouco tempo atrás esse era um espaço predominantemente masculino.

O movimento feminista luta pelo reconhecimento dos direitos das mulheres. Grande parte da luta feminista é por redistribuição e justiça econômica: pelo fim da desigualdade salarial entre homens e mulheres, para que o governo faça investimentos em políticas públicas para melhoria da vida material das mulheres, como creches públicas de qualidade e oportunidades iguais. Mas a luta feminista é também por reconhecimento e justiça cultural: para que as mulheres não sejam julgadas pela beleza física, não sejam estereotipadas como fúteis, vaidosas ou fracas, para que tenham voz e autonomia. Pressupõe ser uma parceira integral na vida social, com “paridade de participação”: “paridade significa a condição de ser um par, de se estar em igual condição com os outros, de estar partindo do mesmo lugar” (Fraser, p. 118).

Dessa forma, as mulheres precisam ter suas vozes ouvidas, e não seus discursos apropriados por outros. Precisam ser figuras políticas que mudarão setores, e não serem invisibilizadas ou excluídas das tomadas de decisão. Devemos demonstrar autonomia e capacidade de discussão. Pois mulheres ativistas não apenas mudam suas vidas, mas as vidas de todo um coletivo. Tornam-se empoderadas e são capazes de interferir sobre um sistema que as aprisiona. E acima de tudo, lutam por uma educação melhor, que também vise a igualdade de gênero.

Referências:

http://w3.ufsm.br/ppgp/images/dissertacoes/2013-2014/bruna-osorio.pdf

https://mulheresdesegunda.wordpress.com/2011/07/04/feminismo-e-movimento-estudantil/

http://www.une.org.br/2012/03/mulheres-de-luta-o-feminino-no-movimento-estudantil-paulista/

http://www.aerjnaluta.ato.br/2015/09/as-mulheres-e-o-movimento-estudantil.html

http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tem-menos-mulheres-no-legislativo-que-oriente-medio,1645699

FRASER, Nancy. Reconhecimento sem ética? Lua Nova, São Paulo, 70: 101-138, 2007.


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